Há já algum tempo que tenho vindo a ficar desapontado com o estado atual das redes sociais que utilizo mais frequentemente: Facebook e Twitter. Em ambas há muita polarização de opiniões, uma presença forte e irritante do politicamente correto, partilha de informação falsa e/ou coisas que sem pés nem cabeça, e um massajar constante de egos entre utilizadores.
Se a tua reação foi “qual a novidade?”, eu confesso que ainda sou do tempo em que era possível ter uma discussão - daquelas em que debates ideias e não daquelas em que quase andas à porrada - com pessoas com opiniões diferentes, principalmente no Twitter. E dos encontros de utilizadores. Good ol’ days…
Agora, abro qualquer uma delas e lá está alguém com uma posição mais extremada sobre o que quer que seja. Já não se discutem os assuntos, atacam-se as opiniões dos outros; parecem as conversas de café entre bêbedos, que acabam com todos à porrada.
E se não é isto, é um grupo de utilizadores a massajar os egos uns dos outros. Arranjem um quarto, caralho!
Talvez tenha sido eu quem mudou. Bem, não sou diferente de ninguém e, como tal, não sou imutável. Se calhar estou mais picuinhas com as coisas. Talvez tenha perdido a paciência para outras coisas. O que quer que seja, cada vez mais me sinto um peixe fora de água nas redes sociais.
O sentimento de desilusão tem vindo a crescer lentamente há alguns anos e, recentemente, acelerou bastante, ao ponto de me fazer pensar em apagar a minha conta no Twitter e no Facebook.
Esta ideia tem andado a correr em background na minha massa encefálica há alguns meses e ganhou força recentemente, depois de ler estes dois posts. Mas ainda não me decidi se apago ou não as contas.
Por um lado, (principalmente o Twitter) permite-me aceder a informação, estar a par das efemérides e contactar com algumas pessoas com quem não tenho contacto pessoalmente porque estão em localizações geográficas distantes da minha. Por outro, por cada conteúdo interessante (não necessariamente coisas com que concorde, porque bolhas só nos pés e essa doem como o raio), tenho que levar com outros tantos que não acho que tenham ponta por onde se pegue. Incluo nisto o massajar de egos, que é algo que cada vez me irrita mais.
Apesar de tudo, continuo a achar que há potencial para coisas boas nas redes sociais. Por isso é que esta é uma decisão fodida de tomar.