Sossego é precioso, principalmente quando tens o cérebro a ser malhado com sinais de dor 24 horas por dia, 7 dias por semana. Barulhos altos só pioram a situação e, quanto mais duram, mais te deixam o cérebro desorientado, ao ponto de ficares com tonturas, dor de cabeça e quase vomitar.
Eu tenho sentido isto na pele há pouco mais de 3 anos, com o começo da fibromialgia. Desde aquele dia fatídico que praticamente só saio de casa quando vou visitar os meus pais ou os meus sogros, tenho uma consulta ou tenho de ir a uma junta médica. De resto, estou sempre em casa, maioritariamente deitado para não ficar com dores mais intensas do que as já tenho.
Aqui reside o problema.
Não me iludo ao ponto de achar que vou conseguir evitar sempre barulhos altos. Eu sei que não os vou conseguir evitar. Mas passar os dias em casa fez-me perceber uma realidade que desconhecia até agora: os meus vizinhos são muito barulhentos e não parecem preocupar-se se a barulheira que fazem incomoda alguém. Uns metem frequentemente música aos berros durante horas, outros berram com regularidade; cães que passam noites a ladrar; crianças que imitam os pais no que toca a fazer barulheira (aqui, a culpa não é das crianças, mas dos pais que lhe dão o exemplo).
A lista não é muito grande. Já a frequência do barulho, essa é. E isto está a dar cabo da minha saúde mental e a aumentar os meus níveis de stress. Já perdi a conta ao número de dias em que estava com mais dores do que é costume e ainda tive de levar com a berraria ou música aos berros de alguém. O resultado foi aumento de stress, contração muscular, dor de cabeça, tonturas e ainda mais dores.
Mal posso ver a hora de voltar a viver no campo. Há barulho à mesma, mas nada como isto.